• sábado, abril 10, 2021


            O vento soprava suave nas copas das árvores da rota 6 em Kanto.


    O sol calmo banhava toda a rota com a luz gentil da tarde, a vida Pokémon selvagem seguia normalmente, Pidgeys se aninhavam nos galhos, enquanto Rattatas corriam de um lado para o outro, e Jigglypuffs cantavam alegres.


    Quando os Pokémon sentiram um distúrbio no ambiente, passos na vegetação, correram para se esconder.


    Da floresta uma garota de pele bronzeada, de cabelos curtos e negros que harmonizavam com as roupas escuras que usava, surgia lentamente sob a luz do sol, se esgueirando sorrateiramente entre as árvores.


    A jovem se direcionava à velha mansão abandonada ali perto, numa clareira no meio da floresta, que ficava a uma certa altura da rota. A casa de dois andares era feita de tijolos, que deveriam ser muito belos na época em que foram firmados, mas agora estavam pretos e cobertos por uma camada de fuligem seca. Claros vestígios de um incêndio que a havia destruído muito tempo atrás. 


    Nas paredes, que ainda estavam de pé, cresciam enormes trepadeiras que estavam em flores no meio dos escombros. Só era possível identificar os limites do terreno da antiga moradia pelas cercas de barras de metal em forma de lança que a circundava.


    O que antes deveria ser o quintal e o jardim estavam cobertos pela vegetação selvagem do local, se mesclando com a do lado de fora da cerca. Pouco se sabia sobre aquela mansão esquecida pelo tempo, as poucas pessoas que clamavam a conhecer contavam histórias de coisas terríveis que teriam acontecido ali, mas a garota não se importava com os tais contos, só sabia que as lendas iriam evitar que qualquer um se aproximasse dos tesouros que ela havia escondido ali.


    A jovem olhou de um lado para outro antes de cruzar o campo semiaberto entre a floresta bruta e a cerca da mansão.


    Vendo que não havia nenhum humano por perto, somente poucos Pokémon selvagem que olhavam apreensivos para a ela, correu rapidamente pela grama alta até as grades. De perto as barras pareciam bem mais altas, com certeza com o dobro do tamanho dela.


    Mas isso nunca foi impedimento para ela, escalar cercas assim era algo quase que natural depois de anos de prática, mais especificamente com aquela cerca, pois após meses fazendo o mesmo percurso era muito familiar com os truques. 


    A jovem se preparou para saltar por cima da grade.


    Se tudo desse certo, seria a última vez que ela o faria. 


    Colocou seus pés na barra horizontal que unia as barras verticais, agarrou duas barras perpendiculares, se projetou para cima e apoiou os pés simultaneamente sobre a cerca, como se fosse uma parede, depois se lançou mais uma vez para cima, repetindo o mesmo processo até chegar no topo da cerca onde apoiou os pés sobre a barra horizontal de cima e se lançou para ao céu, fazendo um rolamento ao pousar perfeitamente do outro lado da cerca.


    Se esgueirou entre os arbustos e árvores do quintal, tomando sempre o cuidado de escutar com atenção se alguém não estava dentro da casa ou no meio do jardim.


    Constatando que estava sozinha, seguiu até o lado de trás da residência onde ficava uma velha porta de madeira, que dava direto para a antiga cozinha.


    A moça verificou atrás da porta se seu palito de picolé que tinha deixado deitado sobre a dobradiça da porta havia sido quebrado por algum invasor descuidado, um velho truque que usava como meio de constatação de segurança. 


    Como o mesmo estava intacto, a garota o retirou de lá e abrindo lentamente a porta, entrou.


    A porta dava para uma enorme cozinha, que em seu tempo deveria ter sido de extremo luxo, mas agora depois do incêndio e da depenação que a garota tinha feito para vender todos os objetos que poderiam ser de valor, só restava um cômodo negro, com um chão intercalado por ladrilhos e tufos de grama que brotavam aqui ou ali, tudo coberto de cinzas e pó, com um cheiro incômodo de mofo.


    Sacou a Pokébola de seu cinto e a abriu na mão.


    Com um som característico de abertura a esfera vermelha e branca projetou um raio branco em cima do que fora a ilha da cozinha, materializando-se em um felino com pelo em tom creme com as extremidades na cauda e das patas traseiras em laranja, e uma moeda dourada brilhante servia como enfeite no topo de sua cabeça.


    Um Meowth, que mal saiu da Pokébola, começou a correr pela velha cozinha procurando por qualquer coisa brilhante, até achar um garfo de prata sujo, em algum lugar.


    — Ei, Ali, vem aqui! — gritou com a voz baixa — Se controle! E como diabos foi que você encontrou esse garfo? Eu revirei esse lugar uma dezena de vezes!


    Questionou, enquanto o Pokémon mirava maravilhado o brilho do utensílio.


    — Quer saber, esquece, me dê isso, posso vender isso depois — conjecturou. — agora quero que vá na frente ver se tem mais alguém na casa.


    O Meowth largou o garfo, muito a contragosto e rumou pesadamente para o próximo cômodo. 


    Antes que pudesse cruzar o batente da porta uma neblina espessa começou a se espalhar lentamente pelo chão, até que todo cômodo de onde viera e a cozinha estivesse completamente preenchida pela neblina fantasmagórica. De dentro da neblina, uma luz multicolorida como um fogo fátuo começou a brilhar, tremeluzindo ao se aproximar lentamente.


    — Está tudo bem, Morgiana, sou eu, Selene — falou a jovem em tom calmo.


    Do meio da neblina o fogo começou a se aproximar mais rápido, até se apagar próximo de onde a neblina estava mais fraca.


     Do meio dela surgiu um pequeno Pokémon rosa rechonchudo, com orelhas grandes com pontas marrons e pequenos braços e pernas, apesar disso ela avançou rápido na direção de Selene com os pequenos braços abertos e uma expressão sorridente.


    — Oi Morgiana, também senti saudades de você — A garota abriu seus braços e a recebeu em um abraço. — Vamos embora?


    Morgiana olhou para ela, confusa. A jovem puxou de um bolso de seu uniforme uma grande soma de dinheiro e olhou confiante para a Pokémon que ainda parecia confusa em seus braços.


    — Nós vamos finalmente sair daqui!


    Selene colocou gentilmente a Clefairy no chão e juntas de Ali, seguiram até a sala principal da casa.


    Um cômodo completamente devastado pelo fogo, mas ainda assim era possível perceber aspectos de como parecia antes do incêndio.


    Alguns restos de cortinas, pinturas de pessoas, que agora estavam deformadas em eterna expressões de terror por conta do calor das chamas, com as molduras metálicas perpetuamente escorrendo. No chão havia algumas poças de água da chuva que se acumulavam. Pelas mesmas fissuras no teto de madeira que permitiam a chuva entrar, alguns poucos raios de sol penetravam a sala, deixando o ambiente com um aspecto ainda mais sinistro.


    Direcionando-se para uma das molduras e retirando-a da parede, Selene puxou um tijolo que revelou uma pequena caixa de metal de antigos biscoitos amanteigados e abriu a tampa da caixa.


    Dentro descansava um passaporte, e uma outra quantidade considerável de dinheiro.


    Selene abriu a mala florida que havia “conseguido” horas antes, onde havia algumas roupas mais casuais e discretas, pelo menos mais discretas do que o uniforme negro que usava.


    A garota só teve tempo de trocar seu short preto pelo short jeans, quando ouviu o barulho inconfundível de alguém caindo de cima da cerca da casa. 


    — Droga, eles me acharam! — colocou as outras roupas, o passaporte falso, o garfo de prata de Ali e o dinheiro de qualquer jeito dentro da bolsa junto com as poucas roupas que tinha consigo, pronta para colocar seu plano em prática — Vamos Ali e Mor, temos que vazar daqui.

    Saiu correndo até o meio da sala apontando para um canto do teto — Ali, a bicicleta da parede. Morgiana, segure-a. 


    O felino correu em alta velocidade pela parede usando extremidades, cantos e sulcos na parede para se projetar cada vez mais para cima onde uma bicicleta estava amarrada por cordas a um canto a quase quatro metros do chão, em uma parte do sótão que havia sobrevivido ao incêndio.


    O Pokémon usou suas garras afiadas para cortar as cordas em um só golpe, fazendo com que a bicicleta caísse em queda livre. O pequeno Pokémon rosa se posicionou logo abaixo de onde a bicicleta se direcionava e fechou os olhos. 


    A bicicleta quicou no corpo do Pokémon que emitiu um pequeno brilho esverdeado do ponto onde a bicicleta o havia atingido, se espalhando em onda pelo corpo de Morgiana, um Reflect. A bicicleta voou em direção a Selene que pulou no ar montado na mesma. 


    Os Pokémon saltaram na cestinha improvisada na frente da bicicleta, enquanto Selene começava a pedalar rapidamente em direção a porta principal da casa.


    — Ali, exploda a porta com Thunderbolt! — ordenou, para o Pokémon. 


    O felino pulou no ar alguns metros à frente da bicicleta enquanto seu corpo se envolvia por uma aura elétrica, até que essa se projetou com força em direção a porta que estava pregada por algumas tábuas, que não foram suficientes para suportar o forte raio, abrindo a porta de imediato. 


    Do outro lado da porta na área frontal da casa, dois homens com uniformes negros semelhantes ao que Selene vestia, estavam no sopé da escada que levava a entrada principal, pálidos de susto por conta do estrondo com que a porta se abriu. 


    Mas Selene não parou, voou por cima da cabeça deles aproveitando a diferença de altura entre o sopé da escada e a porta.


    Quando pousou do outro lado olhou para trás na direção onde os dois capangas desnorteados começavam a se recompor do susto.


    — Mor, use Disarming Voice


    O pequeno Clefairy começou a dar um grito que poderia soar bonito para quem não estivesse sendo alvo do mesmo, mas para os capangas da equipe Missile soava como se seus cérebros estivessem sendo apertados dentro de seus crânios. 


    Enquanto ambos se contorciam com as mãos nos ouvidos, Selene se virou para o portão frontal feito de grades que estava trancado por correntes 


    A menina continuou: — Ali, acabe com esse portão também!


    Enquanto Ali se preparava para usar seu Thunderbolt novamente, os dois capangas da equipe Missile se endireitaram, puxando ambos suas Pokébolas dos cintos.


    — Não pense que pode fugir assim de nós, Moon! — advertiu um deles, o mais magro e alto com um cabelo escuro e pele negra, enquanto lançava sua pokébola no ar — Tank, use Rollout! 


    O raio branco se projetou para fora, materializando em um ser bípede de pele rosada, seu ventre com padrões em tom creme, e uma imensa língua pendendo de sua boca, um Lickitung, que tão logo se materializou enrolou seu corpo em uma bola e avançou a toda velocidade na direção de Selene. 


    Esperou por alguns segundos para ter certeza da trajetória do ataque do Pokémon, então usou a bicicleta acrobática para desviar na hora exata em que ia ser acertada, deixando o caminho livre para o Pokémon desgovernado acertar o portão enquanto Ali usava o Thunderbolt no mesmo.


     O portão estourou com a força da combinação dos golpes, enquanto Lickitung voava para longe com o impacto.


    — Tank! — Gritou o capanga enquanto o outro, que era mais gordo e loiro, puxava sua pokébola. 


    Selene não quis pagar para ver e pôs-se a pedalar. Ali saltou no ombro da jovem com um olhar de descrença para a menina, enquanto apontava com o olhar para o portão.


    — Que foi? Eu tinha que tentar — explicou a jovem com um sorriso de desdém no rosto.


    A garota continuou pedalando em alta velocidade pelo caminho rústico no meio da floresta até chegar no caminho principal da rota 6, quase atropelando um treinador desavisado. 


    Olhando de canto de olho ela viu o mesmo treinador quase ser atropelado pelos dois capangas da Equipe Missile que a perseguiam. 


    A garota pedalou o mais rápido que podia, sabia que se ficasse em campo aberto por mais tempo seria pêga uma hora ou outra. 


    Mas por sorte, e um pouco de estratégia da garota, o lugar não era muito longe da Saffron. Não seria tão fácil sumir naquela cidade, mesmo gigante como era. Tinha que tomar muito cuidado com os outros membros da Equipe Missile que tinham a Saffron como base. 


    Selene rumou em alta velocidade para as vielas dos prédios em direção a uma galeria de lojas de um mercado público que sempre estava lotado, enquanto Ali e Mor tremiam na cestinha da bicicleta.


    — Não se preocupem, vamos sair dessa — afirmou a garota confiante. 


    Mas logo a frente, Selene viu, em meio a multidão de clientes do mercado, dois homens e uma mulher que vestiam roupas comuns, mas a garota os conhecia bem, eram capangas mais velhos da Equipe Missile que estavam na ativa desde a época da Equipe Rocket, conhecidos dela e seus antigos professores. Muito bons no que faziam.


    No susto a garota se jogou para o lado junto com a bicicleta e os Pokémon, e só não se machucou muito pois havia se lançado em uma barraca de roupas. Com todo o barulho do movimento das pessoas e sua arte de cair sem fazer barulho a vendedora da loja nem notou que a garota entrara ali. 


    Entre os cabides de roupas ela espiava os dois capangas de antes se encontrarem com os três que estavam à sua frente.


    Ela pôde notar Nari falando no telefone, só podia significar que a cabeça de Selene estava a prêmio para todos da equipe Missile, provavelmente já sabiam que ela havia roubado uma boa quantidade do dinheiro da equipe. 


    Fato era que logo aquela feira estaria lotada de capangas procurando por ela, tinha que dar um jeito de sair dali o mais rápido possível. Mas ela estava cercada, e a rua onde as lojas vendiam ficavam debaixo de um toldo para proteger da chuva os estúpidos clientes daquele mercado público. 


    A única forma de sair dali era por dentro, debaixo do nariz dos seus perseguidores, se misturando na multidão.


    Bom, ela estava em uma barraca de roupas, poderia tentar um disfarce.


    A garota puxou um casaco verde com cheiro de mofo e o vestiu por cima da blusa de uniforme da equipe Missile que usava. Esgueirou-se mais alguns metros e pegou um antigo boné da liga Pokémon. 

    Retornou Ali e Mor para suas respectivas pokébolas, e como ela já não estava com o cinto para prender as pokébolas, colocou-os com cuidado dentro da bolsa e se espremeu sorrateira mais uns metros, até sair do meio das barracas e se colocar no meio da multidão.


    — Ei menina, você esqueceu sua bicicleta aqui atrás — Gritou uma mulher atrás de Selene.


    Droga

    — Espera um instante aí  — Continuou a mesma mulher — Esse casaco é meu!


    Droga, droga


    — Ei, e aquele boné é meu, você tem que pagar por isso  — Gritou outra feirante.


    Ah que droga, droga!!!


     A garota começou a correr, sem olhar para trás o mais rápido que pôde, torcendo para que os capangas não a tivessem notado, mas tendo a certeza que não era tão sortuda assim. 


    Correr tentando desviar da multidão era difícil, e por ganhar velocidade por conta da adrenalina não conseguiu parar quando um brutamontes enorme da Equipe Missile se pôs em sua frente. 


    O impacto fora inevitável, tamanha a violência da batida levou a garota direto ao chão. 


    Ainda um pouco tonta, Selene ouvia os passos e as vozes de outros membros da Missile logo atrás, se aproximando.


    Ela não iria desistir agora que já estava tão próxima de seu objetivo, só aquela muralha de músculos da equipe Missile estava a impedindo naquele momento.


     A garota ainda no chão, levantou seus pés e deu um chute com força entre as pernas do brutamontes que uivou de dor. Já que este estava com as pernas bambas pelo golpe, a garota usou suas as pernas para aplicar uma rasteira e derrubar o homem ao chão, finalizando-o com um soco no nariz enquanto se levantava.


    Seu corpo inteiro estava elétrico, sentia seu sangue correr velozmente. Poucas vezes tinha sentido isso, mas sempre em situações de extrema necessidade, era seu instinto de sobrevivência! 


    A garota se colocou na posição de corredor olímpico, se preparou e disparou a toda velocidade, era como se o mundo estivesse mais lento. 


    Ainda era difícil desviar das pessoas, mas agora seus reflexos estavam trabalhando a toda, ela conseguia enxergar os passos que uma pessoa poderia tomar e seguir a melhor rota. Assim, foi ziguezagueando por entre a multidão e dentro de poucos instantes ela já tinha deixado o mercado público com os membros da equipe Missile para trás e rumava em direção ao metrô da cidade.


    Entrou ainda correndo no metrô, pulando de 4 em 4 degraus da escada que descia para o subsolo, até chegar dentro do metrô. 


    Para evitar suspeitas a garota parou perto das catracas, com o coração ainda acelerado, retirou um ticket de metrô do bolso da sua mala florida e passou na catraca. 


    Por puro reflexo, olhou para cima, diretamente de frente para uma câmera de segurança. Selene sempre ficava tensa passando por câmeras, de qualquer tipo, por sorte tinha o bon- 


    Só então a garota percebeu que havia perdido o boné na correria até ali, teria que seguir sem ele e torcer para não ser reconhecida nem nada do tipo, só agradecia aos céus por ter pego o casaco, para esconder o símbolo da equipe Missile que estava no peito da blusa que não conseguira mudar antes. 


    A garota liberou os Pokémon que ficaram confusos em como vieram parar ali tão rápido. 


    Morgiana pulou em cima dos pés de Selene que procurava o horário do próximo trem para o aeroporto. Meowth bateu na perna da menina e indicou o trem que ia em direção a Vermillion, parado na plataforma, este tinha o símbolo de um navio.


    — Não seja bobo, fugir num navio é uma ideia idiota — começou a explicar — É muito mais caro, e se formos como clandestinos vamos passar fome, enjoo, além de que vai demorar muito mais. 


    Continuou, se abaixando para perto dos Pokémon: — Se nós chegarmos ao aeroporto vamos ter conseguido, eles não ousariam me denunciar para a polícia, porque sabem que posso entregar todos os esquemas da Missile, por isso é o lugar mais seguro para nós.


    Meowth bufou em decepção, vendo a esperança de pegar um Magikarp frustrada.


    Após ver os horários, descobriu que haveria um trem chegando dentro de poucos minutos, que ia direto para a estação do aeroporto.


    A garota e seus Pokémon foram para a plataforma e ficaram atrás de uma pilastra, de olho na entrada do metrô vendo se não apareceria alguém atrás dela. Por sorte o trem chegou antes que ela visse qualquer membro da Missile. 


    A jovem entrou no trem-bala com uma multidão de pessoas que viviam suas vidas ordinárias sem se darem conta do que ocorria ao redor. Quando as portas quase se fechavam, uma mulher entrou esbaforida.


    — Ufa, consegui chegar a tempo — Falou Nari, olhando direto para Selene com um sorriso cínico.



    — Nari… — Selene não sabia como reagir, Nari era uma administradora da equipe Missile, e sua antiga treinadora na época da equipe Rocket, muito competente quando se tratava de invasão e fuga. Até aquele dia Selene não entendia bem o motivo dela ter escolhido se juntar à piada que era a equipe Missile. Só sabia que estava completamente perdida.


    — Estou impressionada com seu preparo físico, correr naquela velocidade… Vi poucos atletas correrem tanto e em tão pouco tempo. — Nari falou em tom casual


    Selene não sabia o que responder, cada palavra que Nari falava parecia fazer até mesmo o trem bala de Saffron ir mais lentamente. Mesmo Ali e Mor tremiam atrás das pernas da garota.


    — O que você vai fazer comigo? — Perguntou Selene, sem rodeios.


    — Fazer com você… — Falou pensativa, mas de forma completamente relaxada — Sabe Moon, eu te treinei muito bem. O jeito como você escalou no nível de confiança da equipe, para ficar no lugar certo na hora certa… Você não é uma gênia, eu sei, mas sempre percebi que é muito esforçada. 


    Prosseguiu: — Às vezes me questionava o que movia você, todo seu empenho, sua força de vontade, o motivo por ter escolhido se juntar à equipe Rocket mesmo tão jovem e depois continuar através da Missile.


    Todos os músculos do corpo de Selene estavam tensos, encarando Nari, esperando qualquer movimento inesperado, mesmo no meio daquelas pessoas no vagão.


    —  Não poderia ser dinheiro, mesmo parecendo ser seu objetivo principal… Não poderia ser poder… — continuou Nari tranquilamente, enquanto olhava como que para o além — Até que descobri que você é muito parecida comigo. Você se move por lealdade, lealdade a alguém, um amor, quase uma idolatria. 


    A mulher olhou diretamente nos olhos de Selene ao consumar sua análise


    Maldita…. Você não tem ideia


    — Por isso vou deixar você escapar — sentenciou Nari, desviando novamente seu olhar dos olhos de Selene.


    — O quê? — Selene estava genuinamente surpresa, em todos seus anos na equipe Rocket, e depois na equipe Missile, nunca tinha visto aquela mulher agir com misericórdia.


    — Em todos esses anos na equipe Rocket, servi fielmente à alguém. Eu segui os passos e desejos dele, mesmo sendo para ele como... Um bichinho de estimação ou menos que isso — O olhar de Nari viajava para o passado com nostalgia. — Por isso eu vivo, por esse motivo vou deixar você ir. Para que você cumpra o que se propôs por amor.


    Selene notava a melancolia no olhar de Nari, que finalizou: — Você me dá muito orgulho, Moon!


    As portas do trem se abriram, dando para a estação próxima ao aeroporto, mas Selene estava travada de frente para aquela mulher, que a ensinou o que Selene sabia, e mesmo que de uma forma distorcida, fora sua figura materna por um tempo. 


    Por fim, tomou coragem e correu pelo meio da multidão que saía apática do trem. Correu para as catracas, mas por conta das pernas bambas, não ia tão rápido quanto queria. 


    Selene saiu do metrô que dava de frente para a entrada do Aeroporto Internacional de Saffron. O sol já se punha no horizonte, aviões levantavam voo e pousavam a toda hora, como era de se esperar de um aeroporto internacional. 


    A garota correu, com uma incômoda sensação de estar sendo perseguida, um frio na espinha, mas não teve coragem de olhar para trás, para ter certeza de que Nari não a estava perseguindo por puro sadismo.


    Selene entrou esbaforida pelos portões automáticos do aeroporto, agora ela estava num ponto seguro, nenhum membro na equipe Missile seria idiota o suficiente para entrar num aeroporto cheio de federais como o aeroporto de Saffron, ao menos não tão idiotas quanto ela mesma. 


    A garota sabia que para ter uma viagem minimamente sem problemas teria que agir de forma discreta, era hora da boa e velha atuação. 


    — Ali e Mor, meus queridos, é hora de voltarem para suas Pokébolas, o aeroporto não permite que Pokémon fiquem andando soltos por aí — falou a garota puxando as Pokébolas de ambos e os retornando, já esboçando a persona que interpretaria.


    O aeroporto era grande! O maior de Saffron e de toda a Kanto. O pé direito se elevava acima do que seriam dois andares de uma casa comum. Era tudo iluminado com cheiro estéril de um aeroporto metodicamente limpo. Tanto que era possível ver seu reflexo suado e descabelado no chão. 


    A garota só passou a mão no cabelo para arrumá-lo minimamente, e depois rumou com pressa até o balcão com sua mala florida em mãos. Para garantir a viagem naquele dia.


    — Com licença, moça — falou em tom doce, se dirigindo à atendente no balcão do check-in — Eu tenho uma passagem reservada para Alola para pagar no balcão, pelo nome de Selene.


    — Boa tarde, querida — respondeu com um sorriso largo — Vou conferir aqui… Isso mesmo, é o próximo voo, que vai estar saindo dentro de algumas horas.


    — Certo, aqui está a quantia, é que eu ainda tenho dificuldades de usar esses cartões, sabe? —  Tentou esconder o nervosismo, enquanto contava as notas e as entregava para a balconista.


    — Tudo bem. Só preciso de seus documentos e do passaporte.


    — Documentos? — Relutou — Ah sim, documentos, pensei que tinha esquecido em casa — Mentiu enquanto metia a mão num bolso da mala florida. — Aqui está.


    A mulher pegou os documentos forjados de Selene e começou a digitar as informações, ora olhando para a garota, ora para os documentos, ora para a tela do computador. Para a menina a cada tecla pressionada pareciam decorrer horas, era inevitável não ficar mais nervosa.


    Naquele momento ela estava nas mãos do falsificador, só esperava que o dinheiro tivesse sido bem investido.


    — Tudo certo, boa viagem, Selene Moon! — a atendente entregou as passagens junto com os documentos — Pode despachar suas malas e Pokémon ali naquela fila.


    Foi quando Selene voltou a respirar. Pegou a passagem, agradeceu e rumou até a fila do balcão de despacho. Tendo  realizado todos os trâmites para despachar sua mala florida recém "adquirida" e seus Pokémon nas pokébolas, caminhou até o portão de embarque listado em sua passagem. 


    Não sabia como se sentir, estava aliviada e feliz por finalmente estar indo para Alola. No entanto, também estava nervosa, e se tudo aquilo fosse realmente imaginação dela como haviam dito? Não, não poderia se dar ao luxo de ter dúvidas agora, passou quase toda sua vida se preparando para aquele momento.


    Perdida em seus pensamentos quase deu de cara com um homem de roupas executivas que estava sendo conduzido por dois federais com um Growlithe.


    Selene instintivamente fechou o casaco verde com as mãos, tentando esconder o símbolo da equipe Missile, havia quase esquecido daquele detalhe. Foi caminhando em alerta até que finalmente avistou o número do portão de embarque e resolveu procurar um lugar para se sentar, para descansar um pouco as pernas.


    Ela se sentou em um banco próximo de um garoto que ficava olhando para todos os lados e uma mulher que conversava com alguém por um Rotom Phone. Ao sentar-se no banco, pelo canto de olho, percebeu que o garoto a encarava com um olhar estranho, como se estivesse com dor de barriga.


    — Tá olhando o quê, otário? — No mesmo momento o garoto virou para frente e puxou uma revista para disfarçar. 


    Só depois percebeu que tinha quebrado seu papel de boa moça, mas já era tarde. 


    Enquanto esperava as horas passarem até a chegada do voo, sua adrenalina começou a baixar, o preço de toda aquela correria começou a cobrar de seu corpo, estava exausta, e não demorou a dormir ali mesmo, no banco de plástico azul escuro no meio do aeroporto de Saffron.


    ***


    Horas se passaram, entre um cochilo e outro por conta de seu sono leve, horas tediosas, que tinha como única forma de se distrair, olhar para a paisagem noturna poluída e imunda de Saffron, na qual a garota havia morado nos últimos anos de sua vida criminosa. 


    Finalmente o avião para Alola havia chegado, e Selene mal podia conter a ansiedade, suas pernas estavam bambas e as mãos suadas e trêmulas. Ela e um punhado de outras pessoas, que ainda eram muitas considerando um voo na madrugada, seguiram para o portão de embarque, incluindo o garoto com cara de otário de antes e a mulher, que provavelmente era sua mãe, que seguiam bem a frente dela.


    A jovem seguiu com todos, meio perdida até a ponte de embarque, que dava direto para dentro do enorme avião internacional.  Sendo essa a sua primeira vez num avião, demorou uns instantes até encontrar a fila de seu assento. De fato ela tinha viajado muitas vezes entre Kanto e Johto, mas todas foram através de ônibus ou caronas. Depois de dar algumas voltas e negar ajuda algumas vezes, se sentou no que achava ser sua poltrona, do lado da pequena janelinha do avião. 


    Aquele poderia ser a classe econômica, mas Selene não se lembrava de ter se acomodado em coisa tão macia em toda sua vida e derreteu-se no assento.


    — Estou a caminho, papai — verbalizou sem querer, olhando pelo céu noturno pela janela, salpicado pelas luzes noturnas da cidade.


    — Com licença, querida, acho que essa poltrona é minha — uma senhora acima do peso tocou em seu ombro repentinamente. A garota não estava acostumada com aquele tipo de toque, então levou um pequeno susto, quase aplicando um golpe na mulher, por sorte lembrou rapidamente que não estava em algum beco escuro em Goldenrod.


    — Ah, perdão, senhora — falou educadamente. Embora a garota fosse uma ladra, ela havia recebido treinamento para agir de forma a não levantar suspeitas, quando necessário. Logo mudou de assento, deixando o de perto da janela para a senhora.


    — Você está viajando sozinha, minha querida? — perguntou a mulher, de forma simpática.


    Droga, ela quer realmente conversar?! Pensou.


    — Ah sim, estou sim, estou indo ver meu pai — falou ela comprimindo os lábios. Selene usou um pouco de verdade para dar mais credibilidade a sua história, pois se você acredita no que você diz, mesmo parcialmente, fica mais fácil convencer.


    — Que independente! — exclamou a mulher.


    Você não faz ideia. 


    A conversa durou bem mais do que Selene desejava.


    Tomando cuidado para manter as mentiras o mais concisas possível até que finalmente a mulher dormiu, e a garota encarou em silêncio o voo. As luzes já estavam apagadas à alguns minutos, e a maioria das pessoas já estavam dormindo. 


    O cansaço de Selene fazia suas pernas tremerem. Começou a sentir um arrepio e um frio, ela pensou que talvez tivesse haver com a tempestade que estava rolando lá fora, ou com a turbulência pela qual o avião estava passando, até que uma lágrima quente começou a rolar em sua bochecha. Todas aquelas pessoas naquele avião, mas ela ainda estava completamente sozinha, como sempre. Desde o dia em que ela despertou naquela montanha em Kanto. 


    Ela sentia saudades de seu pai, mas tinha chegado a um ponto em que não sabia dizer se tudo o que havia acontecido era real, ou se tudo não se passava de invenção de sua cabeça por conta de algum trauma, como os psicólogos do orfanato diziam. 


    NÃO, gritou para si mesmo em sua mente. Se tudo aquilo era imaginação então todos aqueles anos trabalhando… Ela não podia se permitir pensar uma coisa dessas. Lutando contra seus pensamentos mal notou quando dormiu.


    ***


    Mahina, mahina, up in the sky, it's mahina… — Uma bela voz masculina cantava em seu sonho acompanhado pelo dedilhado delicado em um ukulele.


    Ele estava de costas olhando para a imensidão laranja do céu, do alto de um bloco de concreto enquanto despontava no horizonte uma lua avermelhada.

                Papai, papai — a voz saiu infantil. — O senhor é real?


    O homem se virou, seu rosto totalmente sujo de fuligem e pó sorria gentilmente 


    O que você sente, Lua do meu céu? — Questionou, sem parar de dedilhar o ukulele no ritmo da música de antes.


    Não sei papai, eu estou tão confusa e com medo… Podemos cantar de novo?


    Podemos sim meu amor, quantas músicas você quiser.


             Mahina, mahina, up in the sky, it's mahina, mahina… — recomeçaram a música, dessa vez cantando juntos.


    Enquanto o homem continuava a cantar e tocar seu ukulele, no céu alaranjado surgiu uma figura envolta em raios roxos, que se virou na direção de Selene. O ser soltou um som estridente, a última coisa que viu foi o rosto do pai sorrindo como se nada estivesse acontecendo. Tudo se embaçou e escureceu.


    A garota despertou levantando da poltrona em um sobressalto. 


    Por sorte ninguém percebeu seu susto. Pelo canto do olho conseguiu ver ao longe, pela pequena janela do avião do lado da mulher que conversava com ela mais cedo, uma criatura envolta em raios amarelados a encarando. Este lembrava, de certa forma, o ser de seu sonho, no entanto esse tinha uma coloração amarela e preta com detalhes em laranja. A garota piscou e a criatura havia sumido. O coração da menina estava disparado com a aparição.


    — Bom dia querida, está tudo bem? — A senhora acordou meio desorientada e perguntou à garota, que ainda respirava com dificuldade segurando com força os braços da poltrona.


    — Não te importa! — falou por instinto — Digo, só levei um susto.


    Tentou consertar, mas o estrago já estava feito, e a senhora se virou para o lado e não olhou mais na cara de Selene até o fim da viagem.


    Mas a situação de tensão não durou muito, pois o piloto já anunciava a chegada do avião na cidade de Hau’oli em Alola. 


    Logo o avião começou o processo de aterrissagem na pista, descendo rapidamente e quase fazendo o coração de Selene parar. Tão cedo o avião pousou a garota foi depressa procurar onde poderia pegar seus Pokémon despachados. 


    A garota saiu direto para dentro do enorme aeroporto internacional de Hau'oli. O pé direito era mais baixo, que o de Saffron, mas não significava que era menos belo. A luz se projetava com força para dentro do aeroporto, com matizes de azul e verde, do céus da manhã e as palmeiras que pareciam contornar o lado do aeroporto. A jovem olhou pouco para esses detalhes, e com pressa se orientou pelas placas multi idiomática e não demorou muito até encontrar o balcão de retirada dos Pokémon. 


    — Bom dia, gostaria de retirar meus Pokémon — Selene ainda tentava se localizar e traçar o plano de operação agora que havia chegado em Alola.


    — Alola! Só preciso ver seus documentos — Selene estranhou o atendente do balcão falar o nome da região do nada, mas entregou os documentos para ele. Depois de analisar os documentos, os devolveu junto de uma bandejinha com duas Pokébolas lacradas. — Só pedimos que não libere seus Pokémon até sair das dependências do aeroporto. E seja muito bem-vinda a Alola.


    — Muito obrigado! — pegou os documentos junto das pokébolas de seus companheiros da bandejinha — Ah moço, você por acaso sabe onde tem uma cidade demolida em Alola, no meio de um deserto?


              — E-eu não sei ao que a senhorita se refere — o moço parecia confuso com a pergunta repentina de Selene — mas pode tirar qualquer dúvida com um de nossos agentes de turismo, na saída do aeroporto.


    Selene se sentiu um pouco constrangida, aparentemente não era um lugar de conhecimento comum, o que dificultaria ainda mais as buscas.


    Deixando os pensamentos de lado por aquele instante, se direcionou até o local onde poderia pegar sua mala, bem próximo dali. 


    Todo o aeroporto estava lotado de pessoas de diversas nacionalidade e etnias, a maioria com cara de riquinhos mimados e babacas em roupas florais e óculos escuros, provavelmente em viagem de férias. Foi então rumo da esteira onde encontraria sua mala que tinha o resto do dinheiro, o garfo de prata e o resto de suas roupas.


    Mas ao se aproximar viu um cara pegando sua mala florida como se nada estivesse acontecendo. 


    Selene era uma ladra, tinha sobrevivido aos piores treinamentos, roubado casas, Pokémon e até doces de crianças, havia sido perseguida e enfrentando perigos por toda Kanto e Johto, não se permitiria ser roubada num lugar frufru daqueles, cercada por um monte de engomadinhos, tinha uma reputação a zelar.


    — Não mesmo… Ei, você, parado aí! – gritou — O que pensa que está fazendo? Essa mala é minha, pode ir tirando as mãos dela!


    Só então percebeu que era o menino com cara de idiota do aeroporto de Saffron. 


    — Ah, não, o otário do aeroporto — Agora que já estava em Alola não ia se segurar. Se aquele idiota estava pensando em roubá-la, pobre tolo, não imaginava do que ela seria capaz. Marchou enfurecida em direção ao garoto. — eu sabia que você era idiota, mas não ao ponto de me seguir para roubar minha mala.


    O garoto pareceu acordar de um transe. Confuso, olhou para Selene e para a mala florida em sua mão.


    — A-ah não, senhorita, deve estar havendo algum engano, eu achei… — Ela não esperou a desculpa do menino e puxou a mala com força, preparando o outro punho para dar um soco direto na cara do rapaz.


    Mas do nada, foi parada por um mini-raio vermelho que surgiu cortando o ar entre os dois, partindo das mãos de ambos que estavam próximas, segurando com força a alça da bolsa florida.


    Selene sentiu todos os pelos de seu corpo se eriçarem e seu cabelo se levantar um pouco. Tão rápido quanto surgiu, a pequena faísca sumiu, deixando Selene e o garoto confusos, olhando um para o outro enquanto ainda seguravam a alça da bolsa.


     


     

    { 4 Comentários... Leia-os abaixo ou Comente! }

    1. Um ótimo capítulo trazendo a introdução da segunda protagonista, Selene. Devo confessar que acabou por ser muito diferente do que eu imaginava, mas adorei! A personalidade dela acaba por ser completamente oposta do Elio e isso me atraia, fico muito ansioso para ver como irá rolar essa dualidade entre os dois personagens.

      Ela fazer parte de uma organização criminosa também foi uma ótima adição, explicando que ela não é de todo boazinha e que pode agir como uma anti heroina.

      Estou muito ansioso pelos proximos capítulos! <3

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      1. Heeeey Welfo, bom te ver por essas bandas. Então mano, mais uma protagonista para dar uma temperada na aventura. Éee a Selene é uma personagem muito especial para mim, ela tem todo um passado misterioso e que vai ter pequenos flashs de revelação durante a história, espero fazer um bom trabalho com mais uma membra da Neo bandidos.

        Uma hora o cap 3 sai heheh te espero lá.

        Alola e te vejo por aí!

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    2. Mais um capítulo de introdução. Gostei da questão da dualidade entre os protagonistas, além de terem personalidades completamente diferentes, a história de ambos também é. Enquanto Elio perdeu o pai, Selene está atrás do seu. O fato dela ter pertencido a uma equipe criminosa também é interessante, não só pelas motivações da personagem em si, mas também já passa uma ideia de que não devemos esperar uma personagem boazinha e boba, mas sim alguém que bota poucos limites para alcançar seus objetivos (será que Selene é da sonserina?)
      Ela é Elio tiveram a mesma visão, interessante, será que mais alguém viu o mesmo pokémon naquela noite? Seria um terceiro protagonista? Provavelmente não e é só viagem minha, mas seria interessante pensar que os três estavam no mesmo voo e nem se conheciam.
      Acho que é isso, Haslam. Gostei do cap ter tido uma energia completamente diferente do anterior. Estou curiosa para ver o que você fará com os próximos! Abraços!

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      1. Carolll!!! Chefinea!

        Muito obrigado! Pois é, a dualidade Sol e Lua, muleque de apartamento e trombadinha juvenil são bastante importantes na dinâmica desses dois. Assim como suas semelhanças, algumas delas bem estranhas, por falar nisso.

        Quanto a ter mais protas heheh tem uns vindo aí, mas só mais pra frente

        Muito brigado pelo comente Carol! See u, Alola!!

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