• sexta-feira, agosto 28, 2020


    Todas as caixas, a maioria das quais já lacradas, estavam espalhadas pelo chão do cômodo vazio, que por treze anos fora o quarto de Elio. Já prontas para a viagem dali algumas horas. O último item que faltava ser guardado era o velho Pikachu de pelúcia, todo rasgado e sujo, que estava nas mãos do jovem. Ele se levantou do chão onde estava ajoelhado próximo de uma das caixas, à procura da caixa de pelúcias, ou seria de brinquedos da Meowth?


    — Esse negócio está um pouco sujo, não é, Meowth? — o garoto olhou na direção de um dos cantos de seu antigo quarto, onde um pequeno felino de pelagem escura e uma moeda negra no topo da cabeça descansava despreocupadamente sobre uma das várias caixas. — Se você parasse de atacar ele sempre que pudesse, seria muito bom. É a décima pelúcia. Você tem seus brinquedos sabia?


    A Meowth abriu os grandes olhos amarelos, levantou preguiçosamente a cabeça barbuda e soltou um miado sonolento. O que talvez para ela poderia soar como um ótimo argumento para o vandalismo. E voltou a repousar a cabeça entre as patas dianteiras, relaxada.


    — Ok, ok, vou levar ele para você — Elio fingiu um diálogo. Sabia que a pitoresca Meowth precisava agredir algo, e contando que não fosse as pernas de algum desafortunado, ele ficaria contente que fosse só a pelúcia do pobre Pikachu, já desfigurado.


    O garoto sentou-se sobre os joelhos e depositou, cuidadosamente, o brinquedo na caixa escrita “Coisas da Meowth” em letras garrafais, e fechou com o aplicador de fita adesiva. Levantou os olhos e observou, orgulhoso, todo trabalho em que dedicou toda a manhã. Separar as coisas e encaixotá-las. Ele finalmente poderia respirar, ou quase isso, pois os efeitos colaterais de ficar naquele apartamento movendo móveis que não eram movidos a anos já eram sentidos. Uma imensa nuvem de pó e mofo se espalharam por todo o quarto, além disso, ele já sentia dormência nas pernas. Ele se levantou e rumou à janela, abrindo-a com proficiência, para arejar minimamente o ambiente. Também aproveitando para dar uma última olhada na vista que seu antigo quarto proporcionava.


    A Meowth seguiu o garoto, pulando de caixa em caixa até o parapeito da janela, próximo de onde os braços do jovem estavam apoiados, empurrando-os com a cabeça. O gesto já era bem conhecido do jovem, ele sabia que a pokémon queria um afago. Elio começou a passar os dedos entre os pelos ásperos do abdômen do pequeno Pokémon, que girava manhosa. Acariciar o pokémon sempre fazia o garoto pensar em como a pelagem dela lembrava palha de aço, mas o jovem já estava acostumado. Vendo-a tão calma daquele jeito, era possível dizer que ela era fofa, de certa forma. Muita gente tinha um certo receio, ou até preconceito se tratando dos Meowth de Galar, mas depois de acostumados e desconsiderando alguns descontroles que eles tinham, característicos da raça, eles eram parceiros fidelíssimos.


    Voltando os olhos para a paisagem visível pela janela, ainda acariciando o pokémon, Elio contemplou o céu azul que fazia naquele dia. Estava quase totalmente limpo, a não ser por uma ou duas nuvens movendo-se vagarosamente na imensidão. As coisas aconteciam na velocidade que fazia juz ao movimento costumeiro de uma tarde em Wedgehurst, devagar e sempre. As pessoas andavam calmamente, levavam suas compras para casa, caminhavam com seus pokémon, conversavam uns com os outros, a maioria ali se conheciam, ao menos de vista. Como em uma típica cidade do interior.


    Embora aconchegante a monotonia fez os olhos do garoto voltarem-se para próximo da linha do horizonte montanhoso. Ele conseguia enxergar à distância, entre as casas que ficavam no limiar da cidade, o lago na rota 2, onde sua família costumava pescar nos fins de semana. Perto dali, ficava a quadra da cidade, que era basicamente um retângulo no meio do terreno da casa da Professora Magnólia, onde aconteciam as típicas batalhas amadoras de exibição, durante os festivais de outono de Galar. Onde muitos treinadores iniciantes conseguiam seus patrocínios de empresas e lojinhas da região. 


    As lembranças começaram a invadir a mente do garoto junto de um sentimento de nostalgia. Não só dos momentos que aquela vista remetia, mas todos que compartilhara com sua família naquela velha casa alugada, no subúrbio de Wedgehurst. As noites chuvosas, os verões quentes, as pescarias e tudo o mais que vinha no pacote. Aquelas coisas pareciam ter acontecido a milhares de anos atrás. Ele só conseguia pensar que sentiria saudades daquele lugar. Assim como ele sentia saudades de seu pai.


    — É uma bela vista, não é? — comentou para a Meowth, que se aninhou em resposta.


    O garoto entendia que em breve estaria deixando toda uma vida que sua família construira em Galar, e isso lhe dava um frio na barriga, o medo do novo, dos desafios que uma mudança trazem. Mas ainda sim Elio tinha curiosidade para conhecer a região onde sua mãe e seu pai haviam crescido e onde Elio mesmo havia nascido e passado os primeiros três anos de vida.


    Os pensamentos de Elio foram interrompidos repentinamente por uma mulher entrando no cômodo, enquanto falava alto e animadamente no que parecia ser uma chamada de vídeo por seu Rotom Phone. Tudo isso enquanto gesticulava vertiginosamente com a mão livre.


    — …E ele está aqui, arrumando as coisas no quarto — A mulher olhou para as caixas no chão com um olhar de surpresa e satisfação — E até já terminou. — e depois se virou para Elio, falando baixinho, tomando cuidado para não aparecer na tela, para a pessoa com quem estava falando. — Sun, é o seu tio Kukui, dá um “oi” pra ele, querido.


    O garoto encarou a mãe por alguns segundos. Ele não estava muito acostumado a falar com parentes, ainda mais o primo de sua mãe. Elio nem sabia direito como tratá-lo, seria tio ou tio de segundo grau? No entanto, o tal Kukui os estava ajudando com todos os trâmites da mudança, até mesmo com a casa para o qual eles iam se mudar em Alola. Também fora ele quem pagara o transporte internacional dos móveis da família. O mínimo que o garoto poderia fazer era dar um “oi”.


      — O-oi, tio Kukui — falou o garoto um pouco desajeitado, enquanto a mãe virava o celular em sua direção.


    Do outro lado da chamada aparecia um homem que aparentava o auge dos seus 30 e poucos anos, sua pele bronzeada denunciava uma exposição constante ao sol, os cabelos negros estavam cobertos por um boné branco, com um sol e um arco-íris bordados na parte da frente, logo acima de sua aba. Kukui acenou amigavelmente com um sorriso no rosto. Ele parecia não estar vestindo uma camisa por debaixo do jaleco branco que usava, mas Elio escolheu ignorar o fato. 


    — Hey, Elio, boa no… Tarde! — O homem deu uma risada um pouco desconcertado. — Tenho sempre que me forçar a lembrar que temos fuso-horários diferentes.


    Kukui continuou.


    — Mas então, o dia em que vocês vão finalmente se mudar para Alola chegou! — falou empolgado. — Tenho certeza que você vai adorar a região. Estou ansioso para te conhecer pessoalmente, sobrinho, sua mãe fala bastante sobre você.


    — Err… Pelo que minha mãe conta sobre a região, vou mesmo adorar, estou bastante curioso. — Kukui e a mãe do garoto, que ainda segurava o celular, riram. Kaylane, a mãe do garoto comentava sobre Alola sempre que tinha chances. Contava sobre as belezas naturais, as pessoas calorosas e os Pokémon únicos da região. Seu pai também falava sobre a região às vezes, mas com bem menos frequência. — Aliás, quero agradecer por toda a ajuda que o senhor está nos dando.


    — Ah, que é isso! — Alegou lisonjeado. — Isso é ohana afinal — Disse solene. Kaylane e seu pai, Hani, haviam explicado para Elio algumas vez sobre o conceito de Ohana. Algo sobre família, de sangue ou não, onde os membros estão ligados e devem cooperar entre si. Uma ideia tipicamente Alolana. 


    Depois de uma breve conversa sobre assuntos triviais, ambos se despediram e Kaylane, a mãe de Elio, saiu para outro cômodo da casa ainda conversando com Kukui. O jovem foi até a janela e a fechou, com a mesma proficiência, adquirida através anos de prática. Olhando pelas grades da janela, agora trancada, Elio colocou a mão em um dos bolsos e alcançou uma cartela de comprimidos, retirou-a do bolso, destacando uma unidade e engoliu, sem exitar. O jovem pegou o boné preto característico que estava sobre uma das caixas, o encaixou na cabeça e foi até sua mãe, para ver no que podia ajudar.


    * * *


    Elio ficou incubido de verificar todos os cômodos, para ter certeza de que nada ficara para trás e se todas as portas estavam devidamente trancadas. Enquanto passava por entre os cômodos da casa em direção a saída, não podia deixar de observar todos os pequenos detalhes, as marcas no batente da porta da cozinha onde sua mãe e seu pai o mediam ano após ano. O lugar onde ficava o sofá em que a família inteira torciam pela Liga do Campeões de Galar e a sala de jantar simples, mas aconchegante. Os móveis que não foram vendidos foram enviados diretamente para Alola, pelo Serviço de Transporte Internacional de mudanças, que Kukui havia contratado. Agora o pequeno apartamento na periferia de Wedgehurst, estava completamente vazio. Terminando sua checagem, Elio virou-se e saiu, fechando a porta atrás de si. Depois de alguns minutos de sobe e desce com as malas e algumas caixas, que o Serviço de Transporte Internacional não havia levado, tudo estava devidamente acomodado no porta malas do táxi, pronto para a partida. As chaves da casa foram entregues a Sr. Hudson, a locatária da casa e então saíram.


    Apesar de Wedgehurst não ser tão pequena, por ser um dos pontos do transporte ferroviário, a cidade era bem tranquila, e calma, como uma boa cidade do interior. As pessoas eram mais pacatas e simples, de fato, até um pouco rústicas. O que se refletia até mesmo na arquitetura da cidade, e das casas, principalmente as mais antigas, com prédios baixos e casas de pedra, madeira ou tijolos rústicos, com cores predominantes como branco e tons avermelhados de marrom, por conta do barro e como eram queimados os tijolos. Os telhados pontudos, que variavam de vermelho a magenta saltavam aos olhos, e deixava a cidade com um ar ainda mais antigo e de certa forma, acolhedora. 


    A família cruzou a cidade, passando na frente de diversos pontos da cidade, como a Loja de Berries onde sua mãe trabalhava, usando do seu vasto conhecimento de plantas tropicais. Os donos inclusive haviam dado para Kaylane uma mala florida para ajudar na viagem, como presente de despedida e pelo bom trabalho. Eles também passaram na frente por um dos pontos mais famosos de Wedgehurst, o Laboratório de Pesquisa Pokémon de Galar, onde seu pai trabalhava como assistente da célebre Professora Magnólia. Isso quando não prestava serviços pontuais aos Laboratórios RKS, em outra cidade. Mas no momento uma outra construção chamava a atenção de Elio, a Estação de Wedgehurst, uma estação de trem tão antiga quanto a cidade. Fato que era possível comprovar por sua estrutura de tijolos em tons terrosos e telhados vermelhos com uma torre característica. 


    A estação era guarnecida por grandes janelas de vidro com armações de madeira, que davam uma visão parcial do interior do prédio. Ao desembarcarem do táxi, Elio e sua mãe rapidamente tiraram as caixas e as malas e colocaram sobre um carrinho de malas, que a estação fornecia para facilitar o transporte. A dupla foi empurrando-o até o saguão principal onde suas passagens foram conferidas e as bagagens mandadas para o vagão específico do trem. Depois Kaylane e Elio foram para a plataforma de embarque, onde o trem já havia chegado, bem a tempo dos dois subirem a bordo. Diferente do que se podia imaginar por conta da aparência externa da estação, o trem não era bem uma “Maria-fumaça”, mas um Trem-bala de última geração em branco, azul e magenta, que como o nome dizia, era super rápido, sem deixar de ser confortável e seguro. 


    *  *  *


    O caminho foi calmo. Embora com a incrível velocidade do trem era possível observar as paisagens dos campos e montanhas e da vida selvagem da Wild Area, que trazia um ar bucólico a viagem. Mas não durou muito, dentro de poucas minutos o trem já estava parando na estação de Motostoke, uma famosa cidade industrial. Elio já havia visitado a cidade algumas vezes, em excursões do colégio, também para assistir algumas batalhas no estádio do Ginásio da cidade, mas principalmente para visitar seu pai no trabalho.


    Elio e Kaylane saíram da estação de trem e chamaram um flying taxi, um sistema de transporte muito popular em Galar, que consistia num pokémon voador, normalmente um Corviknight, que carregava uma cabine, onde as pessoas iam sentadas, tudo isso guiado por um aeronauta bem experiente. Depois de um esforço para encaixar bem as malas no pequeno porta malas da cabine, tudo estava pronto para voar. E ao comando do aeronauta, o grande pokémon corvídeo armadurado estava alçando voo por sobre a cidade.


    Elio tinha de admitir que a vista de cima de Motostoke era magnífica. Era possível ver as grandes engrenagens que eram cartão postal da cidade, além de outras antigas parafernalhas a vapor. No centro da cidade erguia-se, imponente, o grande estádio de Motostoke, com suas chaminés que constantemente soltavam no ar uma fina fumaça branca. O garoto lembrou-se das vezes que vibrou com as batalhas naquele lugar. Vendo o líder Kabu bater impiedosamente em alguns desafiantes e outras vezes sendo derrotado por eles. Era sempre uma surpresa e cada batalha era única. Mas a cidade tinha um outro lado. De cima era possível ver algumas casas e propriedades destruídas por conta do incidente que ocorrera meses antes e o motivo pela qual Elio e sua mãe estavam deixando a região. Kaylane, estava com o olhar distante, na direção do norte de Galar. Elio conseguia entender o turbilhão de pensamentos e sentimentos na mente de sua mãe e a pressão que havia sobre seus ombros. Tudo por culpa dele.


    E como que guiado pelas lembranças de Elio, o Flying Taxi passou bem ao lado do lugar, onde uma uma vez havia sido o prédio na qual seu pai trabalhava como consultor de biologia Pokémon, umas das sedes dos Laboratórios RKS. Agora era só um amontoado de escombros que iam sendo lentamente removidos por escavadeiras, tratores e fortes pokémon. Foi inevitável ao garoto que seus olhos não enchessem de lágrimas... Até que o calor suave do toque da mão de Kaylane, sobre a sua mão, lembrou que ele não estava passando por aquilo sozinho. Os olhos de sua mãe estavam tão marejados quanto ele imaginava que os seus estivessem. Eles precisavam ser fortes. Nenhuma palavra foi dita por ambos, mas eles sabiam que não era preciso. Elio devolveu o gesto com sorriso entre as lágrimas. A meowth também tomou parte no momento da família, se deitando sobre as mãos sobrepostas de Kaylane e Elio. No mesmo instante o relógio da cidade marcou cinco horas em ponto e a pokémon levantou a cabeça animada.


    — Ei garota — Elio se dirigiu à Meowth — lamento cortar seu barato, mas acho que infelizmente não teremos hora do chá hoje.


    O relógio de ponteiros na antiga torre do aeroporto marcavam alguns minutos após as cinco horas da tarde quando o Flying Taxi pousou em frente ao Aeroporto Internacional de Motostoke. O aeroporto, assim como o resto da cidade, tinha suas características antiquadas, com a arquitetura composta por velhos prédios que em sua maioria eram feitos de tijolos vermelhos com seus telhados num estilo industrial, que remetiam aos períodos antigos da região de Galar. Elio tinha lido em algum lugar pela internet que aquele aeroporto havia sido usado como garagem para aviões durante as guerras e depois de um tempo, transformado no aeroporto da cidade, aproveitando-se dos hangares antigos.


    Elio, sua mãe e a Meowth da família desembarcaram da pequena cabine preta do flying taxi, seguindo direto para o saguão do aeroporto. O setor de embarque e desembarque de passageiros estava lotado de pessoas andando de um lado para o outro, alguns tentavam pegar táxis ou pareciam esperar alguém. Outros empurravam seus carrinhos cheios de malas para dentro do aeroporto, assim como Elio e sua mãe.


    — Pelo visto não fomos os únicos que tivemos a ideia de ir embora — Elio brincou, apontando com o olhar para a multidão.


    Mesmo brincando o garoto estava sendo sincero. Os bancos da região estavam quase falindo ao entregarem indenizações, seguros e empréstimos. O garoto não entendia de números, mas sabia o suficiente para dizer que a situação não estava nada fácil na região. Muitas pessoas estavam se mudando para o campo, ou voltando para suas regiões de origem. E esse era o caso de Elio e sua mãe, voltando para Alola.


    — Mas vamos ser uns dos únicos pegando um voo para o paraíso — A mãe respondeu com um sorriso. Paraíso era como sua mãe se referia a Alola na maioria das vezes. Elio não sabia dizer se era realmente o caso. Ele era muito pequeno quando a família se mudou para Galar, então tinha poucas memórias. E como era uma região tão afastada e com passagens caríssimas, por ser um destino turístico, ele nunca tinha visitado sua região natal ainda. Mas pelos comerciais e filmes de comédia romântica que ele vira, podia imaginar que a mãe não estava lá tão longe assim da verdade.


    Os dois foram empurrando o carrinho, que vez ou outra dava uma leve desviava no curso, por causa das rodas desalinhadas. Ao se aproximarem das portas do aeroporto, essas se abriram automaticamente, dando para um enorme saguão, que para a surpresa de Elio aparentava ser bem mais novo e tecnológico do que o exterior. Uma versão maior e internacional da estação de Wedgehurst. O aeroporto estava lotado, com vários bancos cheios de pessoas e outras que andavam de um lado para o outro, a caminho de seus voos. Placas luminosas digitais anunciavam os horários das decolagens, as plataformas de embarques, localização de banheiros e outros serviços. Alto-falantes anunciavam algum atraso e faziam as chamadas para os aviões que estavam nas pistas, à espera.


    Kaylane e Elio se direcionaram até a fila para fazer o check-in e o despache das malas. Como esperado por ambos isso demorou um bom tempo, por conta da lotação e a fila daquele dia. Também retornaram a Meowth para sua Poké Ball, depositando-a numa bandeja exclusiva para esse fim, juntamente com a Luxury Ball do antigo pokémon de Hani, que ficara com eles. Ambos devidamente lacrados dentro de uma caixa que era colocada num compartimento especial do avião. Após os trâmites necessários no balcão, todas as bagagens havia sido devidamente encaminhadas para o embarque. Agora era a vez deles. Os dois foram até o portão de embarque com Kaylane reclamando por sua mala de mão florida, a mesma que ganhara dos donos da Loja de Berries, ter ultrapassado o peso na balança. Logo todos estavam dentro da aeronave, aguardando a decolagem. 


    Elio estava muito animado, embora um tanto nervoso, seria a primeira viagem que iria fazer em um avião, pelo que ele se lembrava. Apesar de ter usado o flying taxi algumas vezes, o garoto ainda sentia um certo medo ao viajar de avião, era um tipo completamente diferente de ave de metal. Só torcia para chegarem bem no paraíso. Sua mãe, por outro lado, parecia bem mais confortável e empolgada. Talvez por voltar à sua região de origem depois de treze anos vivendo numa região tão diferente. Na hora da decolagem, Elio instintivamente se segurou com força na poltrona enquanto o avião alçava voo, a sensação de frio na barriga fez o garoto fechar os olhos por um segundo, só abrindo com a risada que sua mãe dera logo ao lado.


    * * *


    Muitas cansativas horas de viagem depois, o avião se preparava para pousar na já prevista escala na região de Kanto, que ficava no caminho entre Galar e Alola, nessa rota. Da pequena janelinha do avião, o sol do entardecer de Kanto, em contraste com as ofuscantes luzes da cidade de Saffron faziam o garoto lembrar das tramas policiais que se seu pai tanto gostava. A mãe do garoto dormia pesado ao seu lado, Elio teve pena de acordá-la, mas era necessário, pois por meio dos auto falantes o Piloto começava a anunciar a aterrissagem. Minutos depois da aterrissagem, mãe e filho se levantaram de seus assentos e, seguindo as instruções da aeromoça, foram em direção a saída do avião. Enquanto caminhavam do até o saguão, o jovem olhou para os últimos raios do sol, que já estava se pondo atrás do prédio principal do aeroporto de Saffron, dando lugar ao céu noturno e algumas estrelas que já despontavam sobre o manto escuro. O garoto desconfiava que não veria muito mais do que aquelas por conta das luzes da cidade grande. 


    No saguão, bem menos movimentado que o de Galar, ainda assim com um tráfego de pessoas, Kaylane e Elio se sentaram em um dos bancos vazios, colocando as bolsas de mão, bem à vista, enquanto aguardavam o horário do próximo voo. Nesse meio tempo, ambos compraram coisas para beliscar, no tempo de espera. Os dois esperavam que as comidas seriam caras, mas não tanto como foram. Era como ser assaltado dentro da lei.


    — Ei, Sun, sabia que temos parentes aqui em Kanto? — Falou Kaylane colocando na boca um pedaço de uma fatia de torta que comprara.


    — Sério? — O garoto estava surpreso com essa declaração, nunca teria imaginado. — Por que nunca ouvi falar sobre eles?


    — Eles não são muito próximos, sabe. A mamãe, a sua avó, dizia que tinha um primo aqui, que era um cientista ou coisa assim.


    — A ciência está no sangue da família então — Brincou. Elio não ficava surpreso, Hani, o pai de Elio, era um grande biólogo pokémon, além de que Kukui era o professor da região de Alola, da mesma forma, sua mãe também tinha feito cursos sobre botânica e era um especialista em Berries. Nesse sentido, ambos os lados da família estavam intimamente ligados à paixão pelo saber. O jovem se perguntava se no fim das contas iria enveredar pelos mesmos caminhos. De qualquer forma o garoto tinha um fascínio por essas histórias de genealogias desde que tinha lido alguns livros sobre os heróis da antiga Valíria e dos nobres de Galar. — E você nunca os conheceu?


    — Bom, não… As passagens para Kanto sempre foram muito caras, principalmente naquela época, daí fui perdendo o interesse com o tempo. — Kaylane engoliu o pedaço de bolo e olhou pensativa. — Mas quem sabe um dia não possamos visitá-los.


    Ela deu um sorriso e voltou comer o bolo. O rapaz não conhecia muito sobre a região de Kanto, mas a ideia deu o que pensar ao garoto. Pelo menos por algumas horas, até que o tédio de ficar com o traseiro num banco de plástico por horas a fio, começou a falar mais alto. Então para matar o tempo, Elio começou a olhar em volta, para as pessoas que passavam de um lado para o outro, no saguão do aeroporto, com seus próprios rumos, tentando imaginar as suas histórias de vida. Seu primeiro alvo foi um senhor de cabelos grisalhos em roupas sociais cinzas, finíssimas. Ele viajava com mulher que aparentava ser mais nova, que Elio conjecturava ser a filha do homem. Talvez estivessem indo visitar um parente em outra região. A teoria do jovem caiu por terra quando os dois se beijaram calorosamente. 


    Essa não deu certo, próximo”, pensou um pouco desconfortável.


    Num outro canto do saguão, um homem bem apessoado com uma mala, mexia vigorosamente no celular. Elio imaginou que ele estivesse viajando em uma viagem de negócios para alguma reunião com acionistas de alguma empresa importante. Outra teoria que foi por água abaixo quando um Growlithe da patrulha do aeroporto começou a latir euforicamente para a mala que o homem carregava. Alguns guardas vieram e o levaram. Elio colocou instintivamente a mão sobre o bolso da bermuda na qual estava a cartela de comprimidos. 


    Talvez eu não seja muito bom nesse jogo.” Pensou. 


    Última tentativa.” Declarou para si mesmo. “Aquela garota que está vindo, deve estar voltando para casa depois de anos estudando num colégio interno” Conjecturou ele, olhando para uma garota de pele bronzeada e de cabelo curto, com mais ou menos a mesma idade dele, que se aproximava do banco onde Elio e Kaylane estavam sentados. Ela usava um casaco verde escuro por cima de uma camisa preta simples e um short jeans curto. Ela se sentou na mesma fila de bancos que Elio e sua mãe, à uma cadeira de distância do garoto. Ela olhava para todos os lados, seu olhar exibia uma mistura de nervosismo com alívio e um discreto sorriso de felicidade, imaginou o jovem.


    — Tá olhando o que, otário? — Perguntou ela sem se virar. O tom era ameaçador o suficiente para Elio voltar a olhar para suas malas. 


    É, O.K., vamos para por aqui.” O garoto pegou uma revistas de puzzles dobrada num dos bolsos externos de uma das bolsas e voltou a tentar resolvê-los. 


    Depois de algumas horas tediosas de puzzles no mesmo banco de plástico, as pernas de Elio já estavam dormentes, o aeroporto que antes tinha um movimento considerável, agora estava bem mais vazio. Algumas áreas do aeroporto até já estavam com as luzes apagadas. Pela grande janela panorâmica do saguão que dava para as pistas era possível ver o fluxo de aeronaves, pousando e decolando. Mas um avião em específico chamou sua atenção, sua cauda era pintada com a mistura de rosa, amarelo, vermelho e roxo, com diversas flores sob o nome Alola airlines. Minutos depois, para o alívio do garoto e de sua mãe que vez ou outra cabeceava o ar, ao cochilar, os alto-falantes anunciaram que o voo havia chegado. O jovem colocou a revista de puzzles no bolso de trás e os dois pegaram suas bagagens de mão, e seguiram até o portão de embarque anunciado, juntos de outras pessoas que estavam no mesmo voo. Olhando para trás ele pode ver a mesma garota de roupas escuras de mais cedo. Elio rapidamente desviou o olhar, para evitar que ela percebesse e chamasse a segurança ou algo do tipo. Mãe e filho seguiram para seus devidos assentos para iniciar a última parte da viagem até Alola.


    *  *  *


    Era quase meia-noite e fazia um bom tempo que haviam deixado Kanto para trás. Do lado de fora do avião, pela janelinha, o garoto contemplava o céu totalmente escuro que estava lá fora, nenhuma luz se via, exceto os brilhos irregulares de relâmpagos, que cortavam o ar ao longe. Eles estavam em algum ponto sobre o vasto oceano, e isso lhe gerava uma sensação estranha, de estar sobre o nada ou sobre um enorme abismo. O garoto engoliu em seco, a situação evocava todos aqueles filmes de tragédia e as notícias de aviões desaparecendo sem deixar vestígios, mesmo sabendo ser aquele um dos meios de transporte mais seguros do mundo, o garoto não deixava de tremer. Kaylane, no entanto, dormia profundamente na poltrona ao lado. Ela estava exausta com o peso físico, psicológico e emocional da viagem, Elio não conseguia imaginar nada mais justo que uma boa noite de sono para recompor as forças. As luzes desligadas dentro do avião indicavam que os outros passageiros estavam fazendo o mesmo e que Elio também deveria. Mesmo com o medo remexendo os biscoitos que serviram mais cedo no voo, não demorou muito para o garoto não encontrar mais objeções a dormir. Fechou os olhos, se acomodou na poltrona reclinada até que uma voz falou pelos alto-falantes.

     

    — Senhoras e senhores passageiros, aqui quem fala é o capitão — Se ouvia chiante — estamos… por uma pequena turbulência, fiquem todos… e não se preocupem…


    Elio perdeu algumas partes da mensagem, que a cada palavra, parecia mais e mais distante. A última coisa que sentiu foi um leve tremor, mas já não tinha mais forças para reagir e mergulhou profundamente no sono…


    Em seu sonho o garoto se via rodeado de uma confusão de barulhos que o deixava confuso: gritos distantes, ecos e explosões. Ele sentiu a mesma agonia e medo que sentira no dia da morte de seu pai. Bips eram audíveis por todos os lados de um lugar que parecia uma grande redoma inteiramente branca. Que logo se transformou de um momento para o outro em mais uma confusão, dessa vez uma tempestade de luzes multicoloridas. Enquanto olhava para cima, em seu sonho, a confusão cromática deu lugar a um céu noturno cheio de estrelas, bem mais do que o garoto vira em Saffron ou até nas noites de verão em Galar. As estrelas se refletiam sobre a superfície das calmas águas do oceano. Era como estar olhando para dois céus refletindo-se um ao outro. Ele mal sabia discernir qual era o céu ou o mar, só havia visto um céu tão estrelado daquela forma em fotos. 


    Mesmo no sonho, Elio ainda conseguia sentir os tremores da turbulência. E o mesmo bip constante e familiar ressoava agonizante intercalado por um ruído estranho, semelhante ao barulho alto da turbina do avião e um som que lembrava o grunhido de uma ave eram os únicos sons que o garoto conseguia distinguir. Até que ele viu, no sonho, ao longe, no horizonte entre o oceano e o céu, uma criatura amarelada que lembrava a cabeça de um pássaro, envolvida por uma aura de raios muito semelhante a um cometa. A criatura parou em seu curso, se virou na direção do garoto e começou a se aproximar muito rapidamente. 


    Então o sonho acabou.


    Elio piscou os olhos pesadamente, ainda sonolento e confuso com o sonho que tivera. Ele abriu rapidamente os olhos, assustado, para conferir se o avião não havia caído, mas ele ainda continuava lá, tudo parecia perfeitamente normal. Do seu lado Kaylane continuava dormindo, agora de boca aberta e roncando alto. Uma aeromoça atendia alguns passageiros que já haviam acordado e estavam conversando baixinho. Outros já tinham aberto as tapadeiras das pequenas janelas do avião, deixando penetrar a fosca luz azulada da manhã, o que dava um ar preguiçoso ao ambiente. Repentinamente o nariz de Elio começou a coçar, com um cheiro muito semelhante ao que se sentia nos Laboratórios RKS ou do ar quando está prestes a cair uma baita tempestade. O garoto percebeu pequenas faíscas que cintilavam próximas, ao redor de seu rosto, além de todos os pelos de seus braços, que estavam arrepiados.


    Instintivamente o garoto abriu a cobertura da janela do avião, e a visão que teve o fez tremer. Uma criatura o encarava, do lado de fora do avião, próximo à janelinha, um ser negro com pinturas tribais brancas por todo o corpo, com enormes plumas laranjas e amarelas sobre sua cabeça, que balançavam com o vento. Do final de ambos os braços surgiam duas protuberâncias amarelas que formavam algo como escudos em volta da criatura, esses também eram enfeitados com padrões tribais. A criatura parecia não se importar com o oxigênio rarefeito da altitude. Seus olhos profundos como os céus encaravam o jovem, com um brilho enigmático, muito semelhante aos raios que se formavam e reluziam em volta do corpo do que Elio imaginava ser um Pokémon.



    Elio, ainda atônito pela visão, se virou e balançou sua mãe energicamente. 


    — Mãe, olhe isso, veja isso na janela. — O garoto mal conseguia falar direito.


    — A-ahn, que foi, filho? – A mulher acordou atordoada, piscando os olhos sem sincronia e ainda com sono olhou na direção onde o jovem apontava.


    — Olhe isso, mãe, na janela — O garoto não conseguia esconder o nervosismo e Kaylane olhou preocupada. — Ah sim, é lindo não é? — A mulher mudou a expressão de preocupação e deu sorriso ainda meio desorientada. O garoto confuso olhou novamente pela janela. Já era possível ver os primeiros raios de sol despontando no horizonte sobre o mar e uma ponta de terra. Mas nada, nem mesmo um sinal da criatura de antes. O garoto piscou algumas vezes desorientado. — Alola é linda, você vai adorar! Do nascer ao pôr-do-sol é uma região linda, as noites também...


    Kaylane continuava falando, enquanto o Piloto anunciava a chegada na região de Alola, dando dados sobre temperatura, horários e tudo o mais. Mas o garoto permanecia perplexo com o que tinha visto. Elio achava que poderia ter tido uma paralisia do sono ou algo do tipo, mas continuava encafifado. Tanto que nem notou quando o avião pousou, sem problemas, no aeroporto internacional da cidade de Hau’oli.


    — ...a Alola airlines agradece a preferência — O Piloto anunciava o fim da viagem.


    Já no saguão do aeroporto, Kaylane continuava falando sobre como Alola era uma região incrível, coisas como base de preservação, diferença climática, belas praias e pessoas receptivas. Ela parecia completamente exausta, e Elio imaginava que ela talvez estivesse falando no automático. Era admirável o amor que a mãe tinha pela região natal mesmo cansada como estava.


    — Tudo bem, tudo bem, eu entendi — O garoto interrompeu a mãe da maneira mais simpática que pode. — Eu vou lá pegar as malas enquanto você pega as Poké Balls, pode ser?


    — Certeza, filho? — A mulher piscou os olhos ainda vermelhos.


    — Claro, eu estou mais acordado, sabe? — Brincou ele.


    A mãe não insistiu muito e seguiu até o espaço onde se retirava as Poké Balls que viajavam no voo. Enquanto isso, Elio foi em busca das esteiras das bagagens. E não demorou muito para encontrá-las, por conta da boa sinalização do aeroporto. Várias placas em diversos idiomas indicavam precisamente onde deveria ir, o que definitivamente deixava o aeroporto bem preparado para os turistas que vinham de toda parte do mundo para visitar aquela região turística. E de fato muitas pessoas que pareciam turistas caminhavam pelo saguão, e caso alguém se perdesse, do lado de cada porta um funcionário do aeroporto ficava sob um placa de ajuda. Mas o jovem não deu tanta atenção aquilo, estava cansado demais para admirar o belo aeroporto, além do mais sua mente ainda estava ocupada, pensando sobre a visão que tivera mais cedo no voo. Nunca tinha visto nenhum Pokémon como aquele na vida. E enquanto tirava as malas da esteira sua mente navegava tentando decifrar o que aquilo poderia significar


    — Ei, você, parado aí! – Exclamou uma voz feminina em tom autoritário atrás do jovem, que o despertou de seus pensamentos. — O que pensa que está fazendo? Essa mala é minha!


    A mesma menina que falara com Elio no aeroporto de Saffron, com casaco verde e blusa preta marchava até ele com os punhos cerrados. Sua expressão demonstrava claramente que ela não estava para brincadeira. Quando percebeu que se tratava de Elio a garota pareceu até um pouco mais indignada, se é que isso fosse possível. 


    — Ah, não, o otário do aeroporto. — Exclamou ela como se tivesse acabado de concluir uma charada. — eu sabia que você era idiota, mas não ao ponto de me seguir para roubar minha mala.


    Elio olhou rapidamente para a mala florida em sua mão, muito semelhante a mala que sua mãe recebera de presente dos donos da Loja de Berries em Galar, com detalhes floridos em tons de verde e figuras de berries, a mesma que ela não conseguira passar na pesagem no aeroporto de Motostoke.


    — Ah não, senhorita, deve estar havendo um engano, eu achei… — Elio tentou se explicar de forma cordial, mas garota se aproximou, bufante, e puxou a mala com força, bem mais do que o garoto imaginou que ela pudesse ter.


    Subitamente um pequeno arco voltaico vermelho surgiu entre os dois jovens, cortando o ar e conectando as mãos de ambos. O estranho fenômeno arrepiou novamente os pelos dos braços de Elio e o cabelo da garota a sua frente. Durou somente alguns segundos, mas foi o suficiente para fazê-los pararem o embate físico, olhando um para o outro, confusos. Com os dois juntos ainda segurando a mala florida em suas mãos.

    { 4 Comentários... Leia-os abaixo ou Comente! }

    1. Oii Haslam! Desculpa a demora em aparecer por aqui, mas eu finalmente li seu primeiro capítulo.
      Gostei de todo esse clima calmo no começo, porém sem deixar de ser misterioso. A primeira pergunta que podemos fazer é: por que Elio e Kay estão se mudando? Penso que talvez seja uma forma de fugir da morte do pai dele. Acho que a Kaylane principalmente quer voltar para casa para não estar em um lugar que remeta a tantas lembranças do marido, afinal, ao que parece grande parte da vida deles juntos foi vivida ali. Notei também que o Elio se sente culpado, teria sido ele o causador do acidente que provocou a morte do pai?
      Eu gostei bastante de tudo ter sido bem descrito e tal, assim como as cenas se desenrolarem sem pressa, mas me incomodou um pouco a extensão do capítulo, não por conta do tamanho, mas porque você acabou descrevendo e falando sobre uma grande quantidade de coisas que não tem importância nenhuma para a história, como o trajeto deles por Galar até chegar ao aeroporto por exemplo. São lugares que você não irá trabalhar, a não ser que o protagonista volte lá, então não tinha necessidade de colocá-los no capítulo pois acabaram abafando tirando um pouco o foco do que era realmente importante. Ao meu ver, a história poderia ter começado direto no aeroporto, daria para explicar tudo enquanto eles estavam na sala de espera sem ficar muito cansativo.
      O modo como ele e a garota se conheceram foi interessante e bem natural, não sei se ela aparecerá novamente e quando fará isso, mas o contraste de personalidades e no fim acontecendo uma ligação foi interessante.
      Essa aparição do Tapu Koko foi bem misteriosa, será q ele fez o Elio viajar entre dimensões naquele momento? To curiosa, ainda mais porque não sei o que você pretende fazer. E essa imagem dele ficou tão fofinha <3. Fico pensando se só lele viu ou se a menina lá q n lembro o nome também viu.
      Mais 2 comentários: 1 - A mãe dele dormiu A VIAGEM INTEIRA, absolutamente TODINHA e ainda tá cansada. 2 - PEDOFILIA DETECTADA, ALO PULIÇA.
      Parentes em Kanto. HUMMMM VOCÊ E O ALEFU ESTÃO PLANEJANDO ALGO PELAS MINHAS COSTAS? To ligada nessa malandragem ai kkkkk
      Ficou bem legal o cap, Haslam. Bem gostozinho para um início.
      Esperando ansiosa pelo próximo!

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      1. Alola Carolzinha!

        De boas kkkk Seja bem vinda! :) Muito obrigadoo! Yah Psychology 100, muitas teorias, vamos ver se acertou tudo hahaha, mas já adianto que essas respostas virão, como diria o James: “A resposta vem conforme a atração”.

        Acho que acabei me empolgando e mostrando demais. Mas sim entendo e realmente make sense, valeus pela dica Carol, realmente aprecio.

        Que bom que gostou, essa cena está no meu coração, uma das coisas que eu tinha certeza a muito tempo que seria assim, Elio e a Selene se conhecendo, também queria que eles se conhecessem nesse momento de transição das vidas antigas para as novas, sendo meio que incorporadas. Mais um motivo para esse capítulo existir, e sim próximo capítulo é todo dela hahah.

        Koko esse fofo <3, Mistérios e mais mistérios! Kay cansadinha coitada kkkk trabalhou muito nos dias anteriores para poderem viajar de boas. KKKKK o aeroporto de Saffron não é para fracos hahaha. EU E O ALEFFU??? MAGINA, NADAVER, QUE IDEIA kkkkk

        Muito obrigado novamente Carolzinhaa!! Valeus pelo feedback e te espero no próximo cap.

        Te vejo por aí!

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    2. Oh meu deus do céu.

      Eu não posso falar desse prímeiro capítulo sem spoilar quase tudo para os leitores que não sabem de nada,principalmente porque trabalhamos juntos para algumas tomas de decisão feitas nesse prólogo.

      Apenar posso comentar que adorei com o pouco tempo que tee, fez um ótimo worldbuilding sobre a região de Galar e será interessante quando os personagens principais de Galar passarem por lá e terem a possibilidade de encontrar alguns personagens de Alola, por exemplo, como a mãe do Elio kkkk.

      E esse final, com essa garota, foi TUDO. Consegui imaginar a essa perfeitamente na minha cabeça e estou ansioso para saber mais sobre a personagem SE ela parecer mais ao longo da história.

      Parabéns pelo capítulo e vejo-o logo, logo! <3

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      1. Spoilers privilegiados

        Que pressão foi escrever um pouco sobre essa região top que é Galar heheh. Mas ainda bem que tive ajuda do escritor da região kkkkk e que ajuda, agora temos uma baita conexão top que estou adorando participar. Amei escrever Galar, até pq queria dar uma mudada de Kanto que é onde o prota vivia em SM e USUM

        Sobre essa garota, mais informações no cap 2 heheh. E te vejo por aí mano!!

        Alola!! <3

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